O Livro da Sabedoria (ou Sabedoria de Salomão) é um dos livros deuterocanônicos da Bíblia.[1][2]
Possui 19 capítulos. É normalmente atribuído a Salomão, porém estudos indicam que foi escrito por
um judeu de Alexandria.
Segundo tais estudos, seu autor foi um judeu de Alexandria que escreveu o livro nos últimos
decênios do séc I AC, foi o último livro do Antigo Testamento a ser escrito, sendo, portanto,
fictícia a atribuição
Alexandria era um importante centro político e cultural grego, e contava com
cerca de 200.000 judeus
entre seus habitantes. A cultura grega, com suas filosofias, costumes e cultos religiosos,
além da hostilidade que,
às vezes,
incluía perseguição aberta, constituíam uma ameaça constante à fé e à cultura do povo judaico que
habitava
no Egito. Para não serem marginalizados da sociedade, muitos deixavam os costumes e até mesmo a fé,
perdendo a própria identidade para se conformar a uma sociedade idólatra e injusta[4].
O autor, profundamente alimentado pelas Escrituras e pela consciência histórica do seu povo,
enfrenta a situação, escrevendo um livro que procura de todos os modos reforçar a fé e ativar a esperança,
relembrando o patrimônio histórico-religioso dos antepassados. Ele ensina a verdadeira sabedoria que
conduz a uma vida justa e à felicidade. Não se trata da cultura que se conquista pelo pensamento,
mas da sabedoria que vem de Deus, opondo-se à idolatria e à vida injusta que nasce dela.
Esta sabedoria divina guiou magistralmente a história do povo de Deus, revelando que a verdadeira felicidade
pertence aos amigos de Deus. Em outras palavras, o autor quer mostrar que a sabedoria ou senso
de realização da vida não é apenas um fruto do esforço do homem, mas é em primeiro lugar um dom
que Deus concede gratuitamente aos seus aliados[4].
O livro todo poderia ser resumido em 1,15: A justiça é imortal. De fato, o autor identifica a sabedoria
com a justiça e, depois de mostrar que ela é o guia da vida (1,16-5,23) e apresentar a sua natureza (6,1-9,18),
faz uma longa meditação sobre o êxodo (10,1-19,21). No êxodo, Israel descobriu a justiça de Deus,
a qual comunica ao povo a verdadeira sabedoria. Doravante, toda sabedoria implica exercício da justiça,
e este, se for verdadeiro, produz a libertação[4].
O livro pode ser dividido em três grandes seções[5]:
- O destino humano segundo Deus (caps. 1 a 5);
- Elogio à Sabedoria (6:1-11:3);
- Meditação sobre o Êxodo (11:4-19:22).
Referências
- ↑ Echegary, J. González et ali. A Bíblia e seu contexto (em português). 2 ed. São Paulo:
- Edições Ave Maria, 2000. 1133 p. 2 vol. ISBN 9788527603478
- ↑ Pearlman, Myer. Através da Bíblia: Livro por Livro (em português). 23 ed. São Paulo:
- Editora Vida, 2006. 439 p. ISBN 9788573671346
- ↑ Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª Impressão (2004),
- Ed. Paulus, São Paulo, pp 1.103-1.104
- ↑ a b c d Sabedoria, Edição Pastoral da Bíblia, acessado em 08 de agosto de 2010
- ↑ Tradução Ecumênica da Bíblia, Ed. Loyola, São Paulo, 1994, pp 1.681-1.682
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